Uruana, situada às margens do Rio Uru, foi fundada em 1938, no local onde um ano antes foi levantado um cruzeiro, por José Alves de Toledo. A região, de terras férteis e matas frondosas, constituía estímulo para a agricultura. Atendendo a convite do fundador, vieram de Minas Gerais, Bahia e de várias regiões do Estado de Goiás , famílias para colonizar o lugar. Em 20 de janeiro de 1940, José Alves de Toledo, depois de construir uma ponte sobre o Rio Uru, para facilitar o escoamento da produção, fez doação de alqueires de terras de sua fazenda à Arquidiocese de Goiás para a formação do patrimônio. Com a construção da rodovia federal para a Colônia, o povoado de Uruana recebeu os benefícios dessa importante via de transporte, tornando-se líder na marcha para o Oeste, com alta produção de cereais e expressivo rebanho bovino. Em 31 de dezembro de 1943, pela Lei Estadual nº 8305, o povoado foi elevado à categoria de distrito. A autonomia político-administrativa foi obtida através da Lei Estadual nº 132, de 14 de setembro de 1948, que o desmembrou de Jaraguá.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Uruana, pelo decreto-lei estadual nº 8305, de 31-12-1943, subordinado ao município de Jaraguá. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Uruana figura no município de Jaraguá. Elevado à categoria de município com a denominação de Uruana, pela lei estadual nº 132, de 14-09-1948, desmembrado de Jaraguá. Sede no antigo distrito de Uruana. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1949.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. Pela lei municipal nº 134, de 29-11-1963, é criado o distrito de Uruíta e anexado ao município de Uruana. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos Uruana e Uruíta. Pela lei municipal nº 179, de 17-10-1966, é criado o distrito de Uruceres e anexado ao município de Uruana. Em divisão territorial datada de 1-XII-1983, o município é constituído de 3 distritos: Uruana, Uruíta e Uruceres. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
É comum entre os mais velhos moradores da cidade contar-se que, certo dia, estavam reunidos o Senhor José Alves Toledo, o Senhor Brás Pereira da Silva e o Senhor Felicíssimo do Espírito Santo, topógrafo residente em Jaraguá. O motivo da reunião era a definição para escolher um nome para o lugar. Durante a reunião, o Senhor José Alves Toledo relatou que em um passeio de canoa pelas águas do Rio Urú com sua esposa Ana, a mesma lhe perguntou o nome daquele rio. O Senhor José Alves Teria respondido: “É Uru, Ana!”
Impressionado com a história do compadre e companheiro, o Senhor Felissíssimo sugeriu que em homenagem ao Rio e a esposa do Senhor José Alves Toledo, deveriam unir os dois nomes, o do rio e da esposa, originando-se assim o nome Uruana.
Geografia
O município de Uruana tem ótima localização, no fértil Vale do São Patrício. São 522 km² de extensão territorial. Possui 26 habitantes por km². Enquanto Goiás, continua tendo um crescimento anual muito superior a média brasileira, Uruana continua estável, com população em torno de 14 mil pessoas. As atividades urbanas têm crescido com o êxodo rural, embora ainda de forma modesta, vem se elevando. A população da área urbana é de quase 11 mil pessoas. Entre o censo demográfico de 1991 e a contagem de 1996, Uruana teve sua população aumentada em 1,51%¨, enquanto algumas cidades da região metropolitana de Goiânia, tais como Trindade, Senador Canedo e Aparecida de Goiânia, tiveram uma média de crescimento em torno de 8% ao ano.
Possui dois distritos: Uruceres e Uruíta. E quatro povoados: Perilândia, francisnópolis (lagoa) Ranchão, Braslândia (sucupira).
Uruana possui uma altitude que varia de 530 a 610 metros na cidade. Em outras áreas de serra a altitude pode variar de 900 a 1060 metros.
Economia
Uruana é conhecida pela grande produção de grãos e leite. Entretanto a cidade encontrou uma atividade no campo que a tornou conhecida nacional e internacionalmente: A produção de melancias. Uruana tem mercados garantidos de melancia em Goiânia, São Paulo, possuindo vínculo com a cidade de Ocauçu interior de São Paulo, Brasília, Paraná, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul dentre outros estados, além de países do Mercosul exportando a fruta para a Argentina, Paraguai e Uruguai.
A qualidade, a organização da produção e a produtividade rentável de melancia em Uruana não encontra páreo em grande parte do Brasil e da América Latina. A cidade tem vida econômica própria. Encontrou na exploração coletiva do campo, novas oportunidades de fortalecimento econômico. Conservou a produção tradicional de arroz e milho, mas concentrou suas atividades na exploração de melancia. Uruana serve aos mercados locais como leite, bovinos, aves e suínos, praticando, ao mesmo tempo, uma agricultura de ponta que envolve pequenas, médias e grandes propriedades nos mais diversos produtos agrícolas.
A mais tradicional e famosa festa de Uruana é a da Melancia. É o momento em que se comemora o sucesso da colheita da fruta. A primeira festa foi em 1978. desde 1993 se tornou um evento nacional Acontece todos os anos sempre em setembro, no mês de aniversário da cidade.
A cultura da melancia começou em Uruana em 1968. O engenheiro agrônomo Arsênio da Silveira, conversando com o Sr. Álvaro Moreira Domingues, produtor da região, falou sobre plantar uma horta de melancia na forma irrigada. A produção foi tão grande que o povo de Uruana não conseguiu consumir tudo. A partir desse fato, começou-se a comercializar em Goiânia. Foi no governo de José Mariano Costa que se incrementou a festa, passando a ser a grande realização do prefeito. Até próximo de sua morte, ele ainda se preocupava com a realização do evento, mesmo não sendo mais prefeito da cidade.
Na primeira festa, várias datas comemorativas foram lembradas. Um grupo apresentou o hino, festejou-se o dia da alfabetização – na época, o dia do MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Teve ainda a escolha da rainha da melancia, o desfile estudantil, com concentração na porta da prefeitura e distribuição de 60 toneladas da fruta.
Outro destaque da festa da melancia é o concurso do chupa-chupa, ou seja, o concurso do maior chupador de melancia, uma disputa para ver quem consegue comer mais melancia. O concorrente é pesado antes e depois do concurso, onde ele chupa a fruta até não aguentar mais. Aí conta-se o peso da diferença para mais. O campeão de Uruana, conhecido como Doca, devorava até sete quilos ainda ia “almoçar bastante”. A festa é um dos momentos para a promoção do turismo no Rio Uru, onde as pessoas ficam acampadas. Atualmente é Realizada no parque de exposições José Rocha Borges, as margens do rio Uru. A origem do nome Uruana deriva da pioneira dali, Dona Ana, conjugado com o nome do principal rio Uru, donde surgiu Uruana.
A economia de Uruana tem seu forte na produção, armazenagem, transporte e exportação – inclusive para o Mercosul – de melancia. Dois mil e quinhentos hectares de melancia são plantados no município, tendo uma média de produção de 45 toneladas por hectare, sendo esta a principal atividade econômica da cidade. Gera mais de três mil empregos diretos e indiretos, além de vários efeitos econômicos importantes. Em época de safra, os restaurantes, pensões e hotéis ficam lotados, os postos de gasolina faturam mais e o número de caminhões para o transporte é grande, enchendo toda a cidade, onde os agenciadores de cargas captam pedidos de frete para todo o país.
A média da colheita é de 30 toneladas por hectare. A melancia, com a apurada tecnologia de Uruana, pode ser colhida 90 dias após o plantio. O ingresso de outros países da América do Sul no Mercosul, como Peru e Colômbia, e a queda de barreiras comerciais, irá favorecer as exportações de melancia e a cidade obterá novos mercados para suas vendas. O entrelaçamento comercial de Uruana com a Argentina tem sido crescente. Tanto que, atualmente, o município cultiva, cada vez mais, abóbora para exportação aos argentinos.
Outras atividades urbanas têm caracterizado a economia de Uruana, com ótimas oportunidades de crescimento. A cerâmica artesanal vem crescendo, embora ainda necessite de aprimoramento na sua produção, pois o trabalho é todo manual. As indústrias de confecções também têm peso na economia do município. A produção chega a 40 mil peças por mês e gera mais de mil empregos diretos e indiretos. Segundo empresários do setor, a maior dificuldade continua sendo a falta de mão-de-obra especializada.
Outra Atividade que está em expansão em Uruana é a apicultura. O número de colméias é de 250, e o volume é de 6.250 quilos de mel por ano. De acordo com os últimos censos do IBGE, pode-se observar que o consumo de energia elétrica aumentou na zona rural.
A produção de leite no município merece destaque. Com um rebanho de 53 mil cabeças, aproximadamente, estima-se que a produção anual seja de vinte milhões de litros.
A maior exploração por hectare em Uruana são as plantações de melancia. No entanto, o município ainda conserva o plantio de arroz de sequeiro, embora ele esteja, pouco a pouco, dando lugar à produção de milho.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE